segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Corrida, Emoção x Ação



A psicologia pode ir muito além dos tratamentos de problemas emocionais. Quando direcionada ao esporte, ela ajuda atletas a estabelecerem metas, traçarem estratégias para provas, turbinarem a concentração e a motivação e gerenciarem o estresse e a ansiedade. As técnicas mais utilizadas são o estabelecimento de metas, a prática encoberta (também conhecida como visualização), a autofala e o relaxamento.

Tanto para atletas de elite quanto para amadores, estabelecer metas é uma habilidade imprescindível para desenvolver a autoestima. Mas elas têm de ser realistas, ou seja, oferecer a possibilidade de serem atingidas em um espaço de tempo determinado, seja ele de curto, médio ou longo prazo.

A prática encoberta ou visualização é um treinamento através da imaginação e nos ajuda a executar e corrigir desempenhos. Elabora-se um roteiro para o atleta seguir, de modo que ele possa “ver e rever” seu desempenho, preparando- se para situações inusitadas. Pede-se que ele fique atento a estímulos visuais, auditivos, táteis e olfativos. Um exemplo: o atleta (em um ambiente calmo e em posição confortável) lê um pequeno texto que descreva uma situação de treino ou prova, e então fecha os olhos e visualiza as cenas. Quanto mais rico em detalhes for, maiores serão as chances de que essa estratégia funcione e ele consiga implementar as táticas visualizadas na vida real. Outro método útil para “visualizar” o desempenho é assistir a vídeos de suas provas ou treinos.

A autofala é utilizada para melhorar a concentração. Trata-se da escolha de palavras a serem ditas pelo próprio atleta em momentos- chave do desempenho. Essas palavras aumentam a concentração na medida em que mantêm o atleta focado no que deve fazer. As palavras devem “casar” com seu estilo e, principalmente, com suas metas.

Outra dica muito importante é evitar comparar o seu rendimento com o de conhecidos ou amigos. Esse é um erro que faz com que as pessoas se frustrem e fiquem desmotivadas. Cada pessoa possui qualidades e pontos fracos; a comparação deve ser sempre consigo mesmo, com sua evolução pessoal e sua própria busca por excelência. Compartilhar seus objetivos com seu treinador e demais membros do seu grupo de corrida também é muito eficaz. Quando tornamos nossas metas pessoais algo público, a probabilidade de atingi-las aumenta.

Por Rodrigo Galvão, Runners World


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